Há muito tempo pesquisadores em
todo o mundo têm alertado a sociedade contra os perigos da exposição excessiva à
TV. Além disso, teólogos e outros líderes religiosos têm escrito e falado
contra os maus costumes difundidos por esse veículo tão popular. Educadores e
outros formadores de opinião também se unem tentando conscientizar os pais
sobre a importância de usar a programação televisiva com moderação.
Apesar dessas iniciativas, a cada
ano se percebe uma maior compra de aparelhos de TV, além da contratação de
canais por assinatura, sem contar no acesso a programação pela internet. Hoje,
em várias partes do mundo, a televisão representa a terceira mais importante
atividade na vida, atrás apenas de dormir e trabalhar e estudar (Amin A. Rodor,
Encontros com Deus, meditações diárias,
293). Embora algumas emissoras sejam reconhecidas como tendo uma programação
voltada ao fortalecimento dos valores morais e familiares, como é o caso da TV
Novo Tempo, a programação da maioria dos canais populares faz exatamente o
contrário.
Segundo o pesquisador George
Comstock, em seu livro A Televisão e o
Comportamento Humano, a continuada exposição à TV por parte das crianças reduz
o tempo de sono; reduz o tempo para as reuniões sociais; reduz os movimentos
físicos; reduz o tempo gasto em relacionamento familiar; reduz as atividades ao
ar livre; além da redução da vida religiosa e de atividades familiares
tradicionais. (Citado em Rodor, Encontros
com Deus, 291).
Segundo o teólogo Amin Rodor, o
tempo gasto diante da TV pode variar entre 20 e 30 horas semanais, com
implicações imprevisíveis. “A TV define o ponto de referência para se avaliar
todas as outras coisas, inclusive os pais, Deus e a religião. Acostumadas ao ritmo
rápido, cortes, mudanças, efeitos especiais, música e nível artificial de
estímulo gerados pela TV, as crianças são condicionadas a esperar da vida
soluções rápidas e a um alto nível de estimulação.” (Idem, 292) Além disso, ele
defende que a TV encoraja a insatisfação e a cobiça. Com mais de 300 comerciais
num período de 12 horas as crianças são treinadas para se tornarem consumistas.
Outro problema grave é o fato de os pais serem, em geral, caricaturados como
incompetentes e “quadrados” e as crianças são inibidas na habilidade de
responder as questões da vida real. Por essa razão, “nenhuma criança deveria
ser exposta a influencia da TV antes da idade da razão”, 7 anos. (Idem, 292)
Há outros efeitos negativos da
TV. Uma pessoa com altas normas morais pode ter seus princípios subvertidos
pela influencia da TV. As novelas, por exemplo, tem sobre as mulheres o mesmo
efeito que a pornografia tem sobre os homens. A TV comercial, de certa forma,
define a visão da vida, já que todas as “dimensões da realidade são formadas
mais pela TV do que pela escola ou igreja.” Centenas de estudos científicos
condenam a TV como “feiticeira, alucinógeno, gueto mental, deus secular que
violentou a mente das crianças... condicionadora mental, responsável pela
obesidade, estresse emocional, doenças do coração e cinismo prematuro”. (Ver
idem 295)
Diante desse quadro tão negativo,
sugerimos aos pais que tomem medidas urgentes para limitar o tempo de acesso a
TV por parte dos filhos, dedicando-se mais a eles do que a seus interesses
particulares.
Ribamar
Diniz
É
pastor, escritor e editor. Atualmente atua com pastor distrital na Ilha do
Marajó, Associação Norte do Pará.