Certa
vez ouvi alguém dizer o seguinte: “A Igreja Adventista prepara bem seus
pastores”. Com certeza, ela se referia à capacidade de liderança, ao
compromisso missionário, a excelência na oratória, as habilidades de
comunicação, a sensibilidade nos aconselhamentos, ao tato em situações de crise
e outros dotes dos ministros adventistas frente à igreja em particular e a
sociedade como um todo. Os ministros adventistas demonstram uma preparação invejável, sempre atribuídas à dotação do Espírito Santo.
No
território da Divisão Sul-Americana (sede da Igreja para oito países desse
continente), normalmente os aspirantes ao ministério começam sua preparação cursando
a Faculdade de Teologia em umas das sedes do Seminário Adventista Latino
Americano de Teologia (SALT), com conteúdos teóricos e práticas pastorais junto
às igrejas, além de um estágio especial de evangelismo antes de concluir os
estudos. Após essa preparação básica, o candidato é chamado a trabalhar por quatro
anos, onde é avaliado em sua vocação ministerial. Após esse período mínimo de
experiência prática, ele passa pela cerimônia de ordenação, quando de fato
torna-se um ministro credenciado pela igreja a nível mundial.
No transcurso do curso de teologia, existem várias
atividades e requisitos que confirmam o chamado ao ministério evangélico. As
duas principais, em minha opinião, são as práticas pastorais nos finais de
semana (quando há o contato direto com as atividades da igreja) e o estágio de
evangelismo, realizada um ano antes da graduação (quando se experimenta a
ênfase do ministério na evangelização). Nos seminários brasileiros, este
estágio acontece no terceiro ano da faculdade e nos seminários da ala hispana,
no quarto, pois o curso aí dura cinco anos.
Após sentir o chamado para
o ministério e a convite de um amigo, o pastor Ivay Araújo, decidi estudar
teologia na Universidade Adventista da Bolívia, localizado na cidade de
Cochabamba. Minha expectativa foi grande quando se aproximou o período do
estágio, quando realizaríamos a campanha de evangelismo público. Nessa
oportunidade, poderia explorar diversas habilidades e conhecimentos adquiridos
durante os quatro anos anteriores de estudos. Para o bom andamento da campanha
algumas habilidades são criticamente importantes: o estudante precisa exercer
liderança na preparação da igreja e coordenação das atividades; necessita ser
um dedicado evangelista pregando e visitando as famílias e um formador de
discípulos, integrando os recém-batizados á igreja e seus ministérios.
Durante o primeiro semestre de 2012, estudamos a matéria método de evangelismo público, com o pastor Daniel Pairo, um apaixonado pelo crescimento da igreja. As aulas foram muito importantes a fim de obtermos uma base teórica para o trabalho, no semestre seguinte. Além dessas aulas, já no segundo semestre de 2012, durante um mês e meio (quando realizamos algumas matérias em regime intensivo antes de ir à campanha), o pastor Pairo nos transmitiu outras diretrizes mais práticas para o trabalho. Além de estudar a teoria da evangelização, participamos (durante todo o ano) de sessões de oração quase que diárias pelo êxito da campanha. Oramos especialmente para que Deus preparasse o campo e tocasse o coração das pessoas que assistiriam a campanha. Cremos firmemente que, sem Deus, não é possível ter sucesso em nenhuma atividade relacionada à Sua obra.
Pouco tempo antes da viagem, quando foram definidas as equipes de trabalho, orávamos em grupo, já mencionando os nomes das cidades onde íamos trabalhar. Os campos e as igrejas, quando confirmaram a vinda dos estudantes, também dedicaram tempo à oração a fim de que seu trabalho fosse uma bênção. O sucesso que estamos tendo está diretamente associado à poderosa operação do Espírito Santo, fruto das orações do povo de Deus. Estamos impregnados de oração. Sentimos um poder que nos habilita a pregar com convicção. Um poder que converte os corações.
Devido a pedidos dos
campos, os estudantes de teologia da Bolívia estão realizando a campanha de
evangelismo em três países: Bolívia, na cidade de Santa Cruz de la Sierra;
Brasil, no Mato Grosso e no Distrito Federal e no Uruguai, na capital
Montevidéu. Fui convidado para integrar o grupo que viajou a cidade de
Brasília, capital do país. No total, somos 12 colegas, fazendo o trabalho dos
primeiros discípulos, que foram enviados por Cristo para pregar o evangelho do
reino (Veja Mateus 10:1-42).
Desses doze, quatro foram
enviados para Gama, região administrativa de Brasília, com a missão de plantar
uma nova igreja. Os demais ficaram em Samambaia Sul, a fim de realizarem uma
série de conferências em cinco igrejas desse distrito. Fui destacado para
Samambaia, para a igreja 323, junto com Raimundo de Jesus, que chegou duas
semanas após o início do trabalho. Até agora, 19 pessoas já foram batizadas e
há outras sendo preparadas para essa cerimônia. A partir desse testemunho,
vamos contar um pouco da história dessa emocionante conferência.
Ribamar Diniz
Bacharel em Teologia,
Estudante do SALT-Bolívia e editor da revista Doxa
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