quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Aventura “no fim do mundo”: As bênçãos

Dessas 10 caixas, levei 5 ao Chile
A frase do pastor Yerri Rozado “quando algo começa difícil...”, ainda soava em minha mente quando terminei de vender 500 livros no Chile. Esse foi meu recorde pessoal em um período de férias, durante minhas atividades como colportor estudante. Tudo começou durante meus diálogos com Deus, na pensão de Dona Patty, onde me hospedei nos primeiros 10 dias.

Durante as duas primeiras semanas eu acordava e orava a Deus. Lia um capítulo da Bíblia, seguindo o projeto Reavivados por Sua Palavra e um capítulo do livro O Desejado de todas as nações, escrito por Ellen White. Aí senti que as coisas iam mudar de figura. Deus aumentou minha fé, nesses encontros íntimos com Ele. Quando voltava do campo de trabalho, me ajoelhava e clamava a Deus por um milagre. Vender tal quantidade de livros realmente seria um milagre. Esses momentos de comunhão foram fundamentais para meu sucesso. Além de adquirir força espiritual, eu perguntei muitas vezes ao Senhor qual seria a melhor estratégia a utilizar. E ele respondeu-me.

Calculando quando tempo restava e quantos livros havia, calculei que, se vendesse livro a livro, precisaria de um ano para terminar. Então, orei a Deus para mover os irmãos das igrejas adventistas e evangélicas a me comprarem 300 livros. As duas caixas restantes, pensei, teria que vender a duas pessoas.

Enquanto vendia kits com 2, 5 ou 10 unidades, orava para encontrar os dois clientes para as compras maiores. Deus respondeu minhas orações e da minha esposa, que orava em Cochabamba, junto com suas amigas.

Vale de Azapa, onde vendi uma caixa
O primeiro cliente foi um empresário adventista, que visitei duas vezes. Na primeira, ele estava saindo e não pode ver o material. Como ele morava numa região atendida por uma colportora, pedi-lhe para acompanhar-me outro dia. Na verdade, ela mostrou-me as casas dos membros umas duas horas. Disse-lhe que visitaríamos primeiro esse empresário. Quando chegamos a sua casa, não estava. Depois de falar com uma funcionária da casa, decidimos voltar depois. Quando estávamos saindo, ele chegou. Ele gentilmente nos convidou a entrar, servindo-nos suco com nozes, uvas passas, amendoim e outras guloseimas. Foi muito educado e hospitaleiro. Diante dessa recepção, minha vontade era apresentar-lhe logo minha proposta. Mas sentia que primeiro, ele necessitava de uma mensagem espiritual. Embora meu objetivo fosse vender, sabia que o mais importante era pregar. Orei silenciosamente ao Senhor, perguntando-lhe que texto ler.

Abri a Palavra de Deus em Jó, lendo os primeiros versículos. Comentei, entre outras coisas, que esse patriarca era um homem próspero. Mas a Bíblia primeiro fala de sua consagração e lealdade ao Senhor. O texto sagrado também declara seu compromisso como sacerdote do lar. Depois de tudo isso se menciona a prosperidade de Jó. Argumentei com entusiasmo que, para ser verdadeiramente exitosos devemos colocar a Deus em primeiro lugar. Para que o Senhor abençoe nossa família, devemos ser missionários no lar. Preguei para aquele auditório de uma só pessoa por quase meia hora. Quando terminei, fiz uma pergunta: “Irmão, como está a vida espiritual?”

Ele foi sincero, dizendo que passava por um período de frieza espiritual, por vários fatores. Motivei-lhe a renovar sua consagração a Deus e ser uma influencia positiva; um líder espiritual junto a sua família e empregados. Depois oramos. Senti que minha missão estava cumprida. De maneira breve apresentei o projeto Quando Deus me chamou e a benção que seria distribuir 100 livros aos jovens da igreja. Ele, de forma natural, disse que compraria uma caixa. Percebi que, quando estamos dispostos a ajudar espiritualmente os demais, Deus se encarrega de nossas necessidades. Saímos jubilosos do lugar. Faltava vender a outra caixa. 

Palestra aos colportores de Arica
Um dos kits com 10 unidades havia sido vendido a Sebastian Tenório, líder dos colportores efetivos na cidade. Ele convidou-me a fazer uma palestra para sua equipe. Pensei que poderia, na ocasião, vender alguns livros. Mas, quando uma das colportoras disse-me que Sebastian já havia oferecido a elas, decepcionei-me, pensando que não venderia nada.

No dia marcado cheguei e fiz duas palestras. Em uma contei minha experiência como colportor efetivo e estudante, durante 13 anos. Depois, dissertei sobre um tema motivacional. No final, fiquei em dúvida se apresentaria ou não os livros. Mas, decidi tentar. Perguntei-lhes: “algum de vocês ainda não tem esse livro?”. Algumas colportoras levantaram mão. Quando segui falando, uma delas perguntou quando custava uma caixa. Disse-lhe que, como ela revenderia o material, faria um desconto especial. Ela entusiasmou-se e comprou-me meia caixa. No último dia de trabalho ela comprou mais meia caixa. Quase todas as outras compraram duas unidades e uma delas 10 ejemplares.

Vender livros a vendedores de livros não é fácil. Sinceramente, nunca pensei que venderia ali a caixa que faltava. Glorifiquei a Deus mais uma vez, sabendo que, suas bênçãos podem vir de maneira e nos lugares mais inusitados. Como um grande amigo, Juan Marin, disse-me: “Quando fazemos o nosso melhor, devemos deixar os resultados nas mãos de Deus.”

No último dia terminando o trabalho
Realmente o pastor Rozado tinha razão. No final da campanha, pude completar sua frase: “Quando algo começa difícil... termina em bênçãos”.   
  


Ribamar Diniz e sua família moram em Cochabamba (Bolívia), onde ele está concluindo sua preparação ministerial no Seminário Adventista Latino Americano de Teologia e servindo como vice-presidente da Sociedade Estudantil Honorífica de Investigação Teológica e editor da Revista Doxa.  

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