Essa é a segunda de uma série de
reflexões sobre os melhores momentos vividos por Ribamar Diniz e família
durante sua preparação para o ministério pastoral, na Universidade Adventista
da Bolívia.
Chamado Inconfundível
Quando Deus me chamou, eu não tinha nenhum interesse no ministério. Em minha primeira década como
adventista, nunca pensei em ser pastor. Atuei em varias áreas, mas em nenhuma
senti que deveria dedicar-me ao ministério pastoral. Vários irmãos insistiam
para que estudasse teologia, mas eu não me sentia chamado. Para decidir ser um
pastor, Deus teria que mostrar-me claramente que assim o desejava ¡E o fez!
Centro de Juazeiro do Norte |
Foi uma surpresa quando, dias depois,
Gil disse entusiasmado: “Ribamar, o irmão Aires não vai ao concilio, e disse
que tudo já está pago para que você participe.” Era fevereiro de 2006, e o
evento era o Concílio de Anciãos da Missão Costa Norte. Feliz, viajei a cidade
Maracanáu, a 600 quilômetros de Juazeiro, para assistir o concilio por
providencia divina.
No concílio percebi que um de nossos
anciãos estava preocupado. Senti uma forte impressão de que devia falar com
ele. Quando me aproximei, ele disse-me que estava orando para que alguém o
aconselhasse em seus problemas. Depois do diálogo, o jovem ficou mais alegre e
eu pensativo. ¿Porque Deus me havia impressionado para ajudar-lhe? ¿Será que
Ele estava me escolhendo para una obra especial por seu povo?
O evento transcorreu normalmente até o ultimo dia, quando, em seu último sermão, o pastor Emilio Abdala pregou uma poderosa mensagem. Quatrocentos anciãos escutavam a mensagem. Da mina cadeira, olhava aos demais, mas parece que mensagem era somente para mim. Nesse momento senti que Deus estava chamando-me para ser um pastor. Uma frase que me convenceu que o chamado era especificamente para o ministério pastoral, foi quando o pregador disse com autoridade: “Eu estou pregando o sermão da sua ordenação ministerial”. No apelo, acrescentou: “Quem sente que tem um chamado especial, venha a frente.” Quando uma jovem começou a cantar Eu fui chamado por Jesus, e me entreguei de coração, entreguei minha vida a Deus para servir em Sua obra. Decidi que, si Deus assim desejava, seria um pastor adventista do sétimo dia por toda a vida. Fui a frente e participei da oração do Pr. Abdala.
Não contei a ninguém o que havia acontecido. Decidi dedicar os dois próximos anos para preparar-me intelectual e economicamente para estudar teologia no SALT- Bahia. Embora estivesse convicto do chamado, Deus deu-me outras evidencias nesse período.
Deus nunca desiste
“Como é o ministério por dentro?”
perguntei ao pastor Moab Cidreira, antes de voltar a Juazeiro. Ele respondeu essa e outras perguntas e
afirmou que eu tinha perfil para o ministério, mas deveria ir ao seminário prepara-me,
pois ali, Deus tira “as arestas” do caráter.
Nessa época, passava por dificuldades económicas. Por isso, decidi fazer um concurso público. Quando entrei na sala do exame, uma das primeiras coisas que vi foi uma frase, com letras maiúsculas, na parede: Deus nunca desiste dos sonhos que tem para você. Embora alguns leram essa mensagem como um incentivo, eu a entendi como uma repreensão. Novamente senti a convicção que devia ir ao seminário. Entretanto, completei os difíceis requisitos do concurso, e fui aprovado. Recebi a carta para assumir o cargo, mas rejeitei a proposta, sabendo que Deus tinha planos melhores para mim.
Com os colegas do curso |
Naquele mês, o pastor Ivay Araújo foi o orador de nosso Campori de Desbravadores da região que eu coordenava. Em seu último sermão, ele fez um chamado a todos os “que desejavam entregar a vida integralmente para servir a causa de Deus”. Atendi mais uma vez e depois lhe perguntei: “Pastor, como sabia que eu quero ser pastor?” Até aí só Cicinha e Lohan sabiam. Quando ele respondeu que não sabia, senti Deus apelando-me para não perder mais tempo. Ivay nos convidou para estudar na Bolívia, onde ele ia trabalhar como diretor de jovens.
Com Miguel Gomes na Bolívia |
Um grande amigo, Miguel da Silva Gomes, decidiu viajar conosco. Em fevereiro de 2008 passamos dez dias em São Paulo para carimbar os documentos no Consulado Boliviano, além de vender 150 exemplares de um livro que eu havia escrito. Daí seguimos rumo ao “território dos Incas”, até chegar a nosso destino. A viagem foi emocionante…
Ribamar Diniz, sua esposa Cícera Diniz e seus filhos Lohan e Landon moram em Cochabamba (Bolívia), onde ele está concluindo sua preparação ministerial no Seminário Adventista Latino Americano de Teologia e servindo como vice-presidente da Sociedade Estudantil Honorífica de Investigação Teológica e editor da Revista Doxa.
[1] Ver Fernando A. Stahl, En el país de los Incas (Buenos Aires, Argentina: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2009), 9-16.
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